terça-feira, 1 de maio de 2012

Do 1º de Maio

De todos os 1º de Maio que me lembro, pelo menos os últimos 20 portanto, este é de longe o pior de todos! Nunca pensei em momento algum constatar comportamentos e iniciativas deprimentes neste dia que tantas décadas e tantas vidas custou a alcançar.

Enquanto no resto do mundo as ruas estão cheias de todo o tipo de gentes por cá as nossas gentes enfiam-se às horas no Pingo Doce e muito antes das portas de abrirem, dando razão ao Governo como podendo acabar com os feriados que comemoram todas as vitórias para o povo pois é este mesmo povo que não quer saber dos mesmos.
A promoção do Pingo Doce é completamente insultuosa, além de obrigar os funcionários a irem trabalhar e ainda mais nestas condições. O assunto e as fotografias das superfícies completamente arrasadas correm as redes sociais e os jornais, uma falta de respeito pelos outros e por si próprio porque quem tem horários fixos não compreende o que é trabalhar com horários e folgas rotativas, quando apenas se tem TRÊS dias no ano em que sabem que estarão com as suas famílias, conjuges e filhos. Na verdade esta promoção só foi feita para justificar o fim do feriado e para abrirem as portas nos próximos anos justificando a medida com o volume altíssimo de facturação. E lutamos contra nós próprios pois a sede continuará num paraíso fiscal e o dinheiro não fica cá.
Basta aceder às notícias dos jornais e ao facebook e ver que esta imensa adesão é justificada por "eles (funcionários do PD) são sortudos pois ganham 6 dias de trabalho e folga extra", "trabalhar hoje é sinal que estão empregados","trabalham porque querem, ninguém os obriga", entre muitas outras frases de total renúncia pelo valor deste dia.
Infelizmente não conheço ninguém que receba tanto dinheiro por trabalhar um feriado mas se houver por aí que conheço avise que mando o CV com todo o gosto, e depois a única coisa que realmente importa é que depois da perda deste dia só resta o Natal e que provavelmente não aguentará por muito mais tempo. 
E há a maioria que diz não perceber a indignação do comércio estar aberto quando hospitais, polícias e outros serviços estejam a laborar. Gostava era de perceber como é que o comércio pode ser considerado um serviço essencial, não tarda também se farão escalas de 24h! 
Bem-vindos à III Guerra Mundial: a guerra económica!
E não, hoje não fui buscar pão fresco, não fui nem irei ao café,  nem a nenhum estabelecimento, e como em todos os anos espero não precisar de recorrer aos serviços essenciais pois sei muito bem o que é estar do lado de "lá".

Que isto nunca mais se repita, é o que desejo!

1 comentário:

  1. A 3 grande guerra já começou, iremos ser cada vez mais espremidos nesta guerra económica e dos mercados.
    Mas o tuguinha gosta disto, em vez de se manifestar, esconde a cabeça na terra e deixa-se levar pelo medo.
    Bateram no fundo...

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